Só queremos paz

As notícias começam a melhorar no Espírito Santo. Depois de dias com imenso temor em sair de casa, os moradores vislumbram um pouco de paz, com o retorno da polícia às ruas. Foram dias de pânico que, de forma monstruosa, representam aquilo que o país está passando.

Com a greve dos policiais foi possível ver o lado mais obscuro do ser humano, se é que podemos denominar assim alguém que comete tamanha atrocidade. Pessoas de bem se enclausurando em suas casas por medo do que encontrariam na rua.

Segundo dados do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo, apresentados pelo site G1, foram 144 homicídios desde o dia 04 de fevereiro. Além disso, um prejuízo de R$300 milhões ao comércio local.

O que surpreende nessa situação toda é o fato de algumas pessoas se aproveitarem da fragilidade da segurança para cometer barbáries para o próximo. E não estou falando apenas de bandido, que traz a maldade consigo, mas pessoas até então do bem que se aproveitaram da situação para saquear estabelecimentos em benefício próprio. Não consigo entender o que leva alguém a agir desta forma.

Essa situação toda fez pensar, porque estamos vivendo situação parecida no dia a dia. Não percebemos tanto porque as ocorrências são em tamanho menor, mas a insegurança é algo que nos acompanha. Você deixa o carro estacionado e não sabe se vai encontrar quando retornar. Você não pode usar o celular na rua porque alguém pode passar e roubá-lo. Andar sozinho é perigoso, você pode ser assaltado (e não importa a hora do dia).

Chega disso, estamos cansados. Queremos poder dormir tranquilos, sabendo que as pessoas que amamos estão bem. E o sentimento de sociedade também precisa voltar à moda. Não cai pedaço pensar no outro. Meus pais me ensinaram, ainda na infância, que não devemos fazer para o outro aquilo que não queremos para nós. Se cada um cuidasse um pouco do próximo com certeza viveríamos em um país melhor.